terça-feira, 11 de setembro de 2012

AH! VIÑALES…


            Saímos de Havana direto para Viñales, na província de Pinar del Río, a três horas e meia da capital. A pequena cidade, no meio das montanhas, está localizada aos pés do Parque Nacional de Viñales. Aconchego, hospitalidade, charutos, passeios por cenários paradisíacos e boa comida são algumas das atrações de um dos melhores lugares que já visitamos.
            O lugar é recomendado pelos próprios cubanos, que o consideram uma pérola. Para ir é fácil, basta procurar no hotel uma das excursões ou pegar o ônibus na rodoviária – o que custará exatamente o mesmo preço, como explicamos em post anterior. 
            O bom de Viñales é ficar hospedado numa das 250 casas particulares disponíveis na cidade (20 CUC a noite). Há um hotel, mas, nesse caso específico, a recomendação geral são as casas de família. Algumas delas têm quartos apenas, outras têm casas independentes para o turista ficar bem à vontade. Mas, apesar de tantas opções, reserve antes de ir. Isso porque a chegada de turistas é marcada por uma euforia um tanto quanto exagerada.
            Chegamos à cidade às 17h30 e, no ponto da Viazul, havia, sem exagero, umas 40 pessoas com cartões, gritando desesperadamente para os estrangeiros escolherem a sua casa. Detalhe: havia apenas 10 turistas dentro do ônibus. Logo, a recepção foi um pouco chata, com pessoas nos pegando pelo braço, todos falando ao mesmo tempo, numa loucura total. Gostamos muito de chegar aos lugares e descobrir por lá um bom hotel. Felizmente, dessa vez reservamos previamente. A nossa anfitriã estava à espera, com um cartaz “Yunia do Brasil” (o “j” foi-se embora, nada grave). 
            A cidade é um mimo. Gente pacata, casas colonais e nada de uma abordagem após a outra em busca de dinheiro, como em Havana. Há diversas opções de passeio. Quem gosta de natureza pode se aventurar pelas grutas do parque nacional ou fazer uma caminhada ou cavalgada dentro dele. As visitas são guiadas. Nas casas, não faltarão também ofertas para conhecer as fazendas cheias de frutas tropicais, verduras e legumes – o que para nós brasileiros não chama atenção. Mas, dependendo da época do ano, é interessante vsitar as plantações de tabaco e entender um pouco o processo de fabricação dos charutos.



            Viñales é, aliás, a terra do Monte Cristo, uma das marcas mais famosas. E para quem quer conhecer uma fábrica de verdade, basta pegar uma máquina. A 2 CUC a passagem e 20 minutos de carro, está Pinar del Río, capital da provincia de mesmo nome, onde está localizada uma das fábricas mais importantes do país, a Francisco Donatien. Ela produz atualmente alguns tamanhos de Cohiba, Monte Cristo e Romeo y Julieta. O turista vê todo o processo, só não pode fotografar. Outra fábrica que recebe visitantes é a do destilado Guayabita del Pinar. Depois, vale a pena andar pela cidade, que também tem arquitetura bem antiga e alguns centros de arte.
            De Viñales é possível também ir a praias paradisíacas. O passeio é combinado na própria casa onde se está hospedado. O transporte: os belos automóveis da década de 1950. Escolhemos Cayo Jutías, a uma hora de carro. Em Cuba, praia é pago: 5 CUC para estrangeiros e 5 pesos nacionais para nativos. Depois da portaria, a máquina segue um bom pedaço do caminho asfaltado cercado pela água.
Na praia, a imagem é algo tão impressionante que pensei até que fosse artificial. Nunca vi uma água tão clara, quase leitosa. E, junto com a areia branca, só óculos escuros para ajudar o olho a enxergar tamanha beleza. Praia boa para quem gosta de água quente e nenhuma onda. Lugar ótimo para passar o dia. Tem uma boa estrutura, com ducha na areia e vestiários masculino e feminino com banheiro. Há ainda um restaurante, sem muitas opções de comida.



Para quem aprecia a boa gastronomia, estar é Viñales é sinônimo de comer MUITO bem. Há boas opções de restaurantes, mas a dica de todos os viajantes é unânime: faça as refeições na casa onde está hospedado. Foi assim que nos encantamos ainda mais pela Villa Los Ñañes (todas têm um nome). A casinha era um charme: quatro com duas camas de casal, ar-condicionado, ventilador, limpo e bem arrumado, banheiro e uma área com cadeiras de balanço, cozinha e a mesa das refeições, além do jardim - espaço totalmente independente do dos donos da propriedade.
A comida foi a melhor que experimentamos em Cuba, preparada pela dona da casa, a jovem e simpática Yinerys, que não repetiu nem um prato nas quatro noites em que lá passamos. Como o sogro dela, Renné, tem uma pequena fazenda, Yinerys  serviu uma variedade incrível de sucos, frutas, verdures e legumes. Fartura no café da manhã e jantar, pelo preço de 3 CUC e 10 CUC por pessoa, respectivamente. Lagosta, camarões e até carne de tartaruga estiveram à mesa, com acompanhamentos fora do normal.
E os momentos agradáveis foram ainda mais completos pelos momentos passados ao lado de pessoas boas. Jamais nos esqueceremos do carinho de Renné e família e da tarde gostosa que passamos em sua fazenda, um lugar maravilhoso localizado dentro do parque nacional. Algo que começou como negócio, traduzido na hospedagem, se transformou, no fim, numa sincera relação de carinho.

RECOMENDAMOS:
           
Vila Los Ñañes
(Reinier e Yinerys)
Calle Salvador Cisneros, 7-A
Viñales, Pinar del Río
048-69 69 98

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