O Nosso Mundo Aqui está de cara
nova!!!
E mostra, a partir de hoje, um
passeio sobre uma verdadeira pérola do Caribe: CUBA. Vamos começar com alguns
aspectos do atual contexto social do país e, em seguida, avançaremos para
serviços e dicas de passeios imperdíveis. Aproveitem!
Há muito tempo queríamos ir a
Cuba, de preferência antes de Fidel morrer, já que há chances de tudo mudar.
Chegando ao aeroporto, vem logo a sensação de uma sonho que se realiza. Sendo
adepto ou não dos ideais socialistas, é inegável que ir para lá é se confrontar
com um dos maiores ícones da história mundial. E não adianta pensar que você
sairá de lá entendendo aquela gente e aquele sistema.
A compreensão de algo tão
complexo é ínfima. Deve ser parte dos encantos do país, onde as incógnitas dão
um ar de charme e instigam ainda mais a curiosidade. Desejos de liberdade se
misturam a uma tristeza profunda nos olhares, enquanto esperanças de dias
melhores andam lado a lado com um orgulho ferrenho de ser cubano, sem o capitalismo.
Na terra onde Fidel é lei (no bom sentido) e rei de seu povo, as belezas
naturais tiram o fôlego e mostram logo de início porque, não somente Havana,
mas o país inteiro era considerado pelo seu maior opositor, os Estados Unidos,
como a pérola do Caribe.
Logo se constata também que a
desinformação sobre Cuba é enorme. A defesa da revolução já passa pela segunda
geração, que parece contente com o regime. Raul Castro não é tão bem aceito,
mas de Fidel não há um que fale mal. Os cubanos ainda não podem viajar
livremente, apenas mediante autorização do governo e com comprovação da origem
do dinheiro - o que os deixa insatisfeitos -, mas têm, em contrapartida, saúde,
educação e segurança de qualidade. Médicos, remédios e escola são de graça.
Só não chega ao topo dos estudos
quem não quer. O governo dá de livros a uniforme, da escola infantil à
universidade. Faltou a aula? A professora vai até sua casa saber o que está
acontecendo. Não quer mais estudar? Em Cuba não há esta opção e, para esses
casos, há escolas especiais, espécies de internatos. Instituições de ensino
superior estão por todos os lados, até mesmo em vilarejos. Qualquer pessoa na
rua que você pensa ser um medigo fala, pelo menos, duas outras línguas.
Qualquer um pode andar pelas ruas
de madrugada, com equipamento fotográfico a tira colo, que ninguém vai
assaltar. Outro ponto importante: todos têm moradia. As famílias vivem juntas
na mesma casa. Quem tiver dinheiro para comprar outro imóvel ou pagar aluguel,
que fique à vontade para se mudar.
Comida e produtos de limpeza e
higiene são acessíveis em qualquer supermercado. Mas o governo mantém a ração
de produtos básicos. Nos armazéns, cada família tem direito a certa quantidade
de arroz, feijão, legumes e até cigarro - tudo controlado e devidamente anotado
numa caderneta. O peso a que cada um tem direito varia de acordo com a safra e
paga-se um valor irrisório. No campo, com produção in loco, essa racionamento,
mais próprio de Havana, parece menos rígido e as opções de legumes e verduras
são bem maiores.
Vez ou outra aparecem reportagens
mostrando como o professor em Cuba ganha mal, como vimos recentemente numa
emissão francesa: menos de 100 dólares. Para se ter uma ideia, o salário mínimo
cubano está na casa dos US$ 10, pouco mais de R$ 20 atualmente. Mas, o que
todos omitem é o que os professores podem fazer com 100 dólares ou os
assalariados com 10 dólares. Na moeda local, US$ 10 equivalem a 250 pesos
cubanos. Num país onde saúde, educação e até muitos meios de transporte são
gratuitos, quem tem esses vencimentos, obviamente, não é rico, mas tem o
suficiente para viver bem – palavras dos próprios cubanos. Para nível de
comparação, o cafezinho que pode ser comprado nas janelas das casas, em
vendinhas improvisadas, deve ser o mais barato do mundo e custa 1 peso cubano.
Um sorvete sai em torno de 5 e um sanduíche, 10 pesos.
O comércio está bem mais aberto.
E com uma grande vantagem: em terra socialista não é preciso pechinchar. Os
preços variam nada ou muito pouco. Produtos vendidos em supermercado terão o
mesmo preço seja na capital seja no interior do país.
E, não poderíamos deixar de
comentar, o ideal revolucionário está em todo lugar. Em outdoors e placas
espalhadas por ruas e avenidas, frases dos grandes líderes revolucionários,
como José Martí, Che Guevara, Fidel e Raul Castro deixam claro que eles estão
mais vivos do que nunca. Em frente a prédios residenciais, sinalização de
comitês revolucionários também são a prova de que a população não só é vigiada,
como também vigia e sabe de tudo o que se passa na terra de Fidel. Como nos
disseram alguns: conversar sobre política, só em casa e com o volume da
televisão bem alto.