domingo, 12 de agosto de 2012

SOCIALISMO? SÓ PARA CUBANOS


Cuba é realmente um país socialista. Mas é só para os cubanos. Você, acostumado com o capitalismo puro e duro, que continue com ele. Inclusive em terra socialista. A diferença já começa na moeda. Enquanto os nativos usam o peso nacional, os estrangeiros pagam com pesos convertíveis (CUC). Ele tem o mesmo valor do dólar, logo, em tempos de alta da moeda norte-americana, a viagem fica um pouquinho salgada. E equivale a 25 vezes o peso cubano. Logo, pagamos 25 vezes mais para tudo.
A equivalência em relação à moeda dos Estados Unidos é apenas mera semelhança. Se você pensa em visitar Cuba, não leve dólares para tocar, pois há uma sobretaxa de 10% no câmbio. Leve apenas euros. E não precisar pechinchar a melhor taxa. Lá, não tem essa de mercado negro competindo com casas oficiais. Você troca nos hotéis mesmo, por um preço justo e, como eu disse num post anterior, em país socialista, os preços são os mesmos em qualquer parte.
A curiosidade me levou logo no primeiro dia a perguntar de cara quanto pesos nacionais representava 1 CUC. Não sei dizer por que, mas a primeira resposta, de três vezes mais, não me convenceu. Tirei a prova dos três e encontrei variações de cinco vezes e 20 vezes. Bem, só descobrimos que 1 CUC é igual a 25 pesos nacionais depois que um casal de turistas, ela inglesa e ele francês, nos contou o real valor. E eles só descbriram depois de entrar numa casa de câmbio e pedir pra trocar o dinheiro do turista pelo dos nativos.
Isso é mais um aspecto interessante. Apesar de a moeda de cada um ser bem demarcada, o estrangeiro pode entrar tranquilamente em qualquer loja Cadeca, a casa de câmbio oficial, e trocar pelos pesos cubanos sem problema algum. Como colecionadora do dinheiro de outros países, fui toda cheia de dedos, pensando se esse seria argumento suficiente para a troca e, para minha surpresa, nem meu passaporte pediram.
Bem, podemos também usar a moeda nacional, nada impede. Nos pequenos comércios de rua e nas vendinhas armadas de forma improvisada nas janelas das casas há sorvete, sanduíches, sucos, café e tudo mais. Se você é do tipo que não liga de comer não importa o quê nem onde, manda bala, porque sai tudo muito barato! Cuidado só com os riscos de pegar, por exemplo, uma giárdia, como ocorreu com o turista francês, que ficou uns bons dias à base de antibiótico…
O sistema cubano é mesmo algo difícil de entender. Da mesma forma que não somos impedidos de usar a moeda oficial, eles também usam o CUC – pelos motivos óbvios, não preciso dizer que é a preferida deles, né? No nosso primeiro jantar, como não havia cbrança dos 10%, deixamos uma gorjeta de 3 CUC para a mulher que nos serviu (ela é a cozinheira e dona do restaurante), receosos de que era pouco. Só depois, quando descobrimos as proporções, entendemos o tamanho do sorriso dela…



Há várias lojas e supermercados que operam com os preços em CUC. Assim, os cubanos podem pagar em CUC mesmo ou o valor correspondente com os pesos nacionais. Aliás, é um entre e sai impressionante de cubanos das Cadecas, trocando seus pesos convertíveis pelos nacionais. Restaurantes são todos em CUC.
Mas, em alguns lugares, você que vive no capitalismo assumirá isso em público. Nas praias, por exemplo, enquanto o cubano paga 5 pesos nacionais – volto a lembrar que o salário mínimo é de 250 MN (moneda nacional) -, o estrangeiro paga 25 CUC.  Se quiser assistir a algum espetáculo numa boa casa de shows, prepare-se: eles pagam 10 MN e nós, 10 CUC.
É assim, se quiser conferir como é o regime, “hay que pagar”. Mas vale a pena!

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